Algumas entrevistas!!

A Percussão do Paralamas

Edu Lyra

.. Eduardo Lyra é ator por formação didática, mas percussionista por profissão. Se interessou pela música aos 11 anos, tocando violão, e aos 17 descobriu o saxofone.
A percussão entrou na sua vida através do espetáculo musical infantil O Mistério do Boi Surubim, onde atuava. Como esse espetáculo possuía muita percussão, Lyra acabou se interessando e trocando a suavidade do sax pelo mistério dos tambores. Foi através dessa peça também que Lyra teve sua primeira experiência fora do país, viajando para França, Portugal e até Hungria. Quando voltou ao país, antes de "cair nas graças" do Paralamas do Sucesso - onde permanece há cinco anos - Lyra tocou com Fausto Fawcett, Tony Platão e a extinta Banda Bel. Carioca, ótimo leitor e com influências basicamente brasileiras (principalmente do samba), Lyra é um estudioso de ritmos, que parece fazer do palco sua segunda casa tal a segurança que demonstra quando está nele. ..


.. Drummer: Você começou sua carreira como músico fora do país, na época em que era ator. Quando voltou, quais eram seus planos: atuar, cantar ou seguir outro caminho?
Eduardo Lyra: Eu havia passado três anos fora e ainda não tinha muita certeza do que ia acontecer, mas estava decidido a trabalhar com música. Para isso, meu primeiro passo foi tirar a carteirinha da OMB e fazer a prova.
DR: Essa prova foi feita como percussionista ou saxofonista?
LYRA: Como percussionista popular. Mas toco sax até hoje, só que não profissionalmente.
DR: Apesar da sua experiência no exterior, não existem melhores percussionistas de música brasileira do que os próprios brasileiros. Você sentiu a necessidade de aprender mais, de estudar com alguém?
LYRA: Senti sim. Aliás, sempre preciso aprender mais... Logo que cheguei, fui ter umas aulas com o Marcos Suzano; foi ele quem me deu os primeiros contatos de formação musical percussiva.
DR: E como eram essas aulas?
LYRA: Eu ia para a casa dele, fazia uma aula de uma hora e ficava as outras quatro conversando e trocando idéias. Ele pegava um disco do Milles Davis e ficava destrinchando: "Olha o reggae que ele fez aqui, olha outra coisa ali". Foi muito válido porque eu aprendi muita coisa, sem contar a força que ele me deu.